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Modelos que podem inspirar o sistema educacional brasileiro

Atualizado: 20 de jul. de 2020

Apesar de destinar aproximadamente 6% do PIB para a educação, superando a média de 5,5% dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil continua tendo resultados decepcionantes no Pisa. Entre 2009 e 2018 o desempenho do país ficou estagnado. No caso da matemática, o mais grave, figuramos entre os dez piores.


Olhar apenas o percentual bruto destinado ao setor é enganoso. Quando comparamos o investimento por aluno na educação fundamental ou no ensino médio, ficamos para trás. Os países da OCDE gastam, em média, US$ 8,6 mil por aluno no ensino fundamental e US$ 10 mil no médio, enquanto no Brasil gasta-se US$ 3,8 mil e US$ 4,1 mil respectivamente. Mais do que analisar o quanto é investido em educação, é importante pensar estrategicamente a escola. Inspirar-se no que outros países com resultados melhores no PISA estão fazendo é uma boa forma para reconsiderar os caminhos da educação no país. O modelo finlandês Figurinha carimbada entre os 10 melhores ranqueados do PISA, a Finlândia é sempre citada como modelo educacional a ser seguido. O país trata a educação como instrumento de redução de desigualdades sociais: o ensino é gratuito, do básico à universidade, e os alunos com dificuldades financeiras ainda recebem uma bolsa do governo para comprar o material e pagar pelo transporte. Os estudantes chegam na escola um pouco mais tarde do que no Brasil, por volta das 9h e vão para casa às 15h ou 16h. Entre uma aula e outra existe um intervalo de 15 minutos para relaxar. Os temas tratados em sala são abrangentes e as matérias, multidisciplinares. Há muita ênfase na pesquisa e no trabalho independente e foco na individualidade de cada um. A carga horária das disciplinas varia de acordo com o interesse de cada estudante, que já começa a se especializar no setor com o qual mais se identifica. Enquanto aqui temos uma grave lacuna na preparação dos professores - quase 40% não têm formação adequada -, na Finlândia a profissão é socialmente reconhecida e disputada. Apenas os mais preparados conseguem entrar no curso de pedagogia, mestrado é pré-requisito para lecionar e existe um programa de formação continuada.

Canadá: escola com senso crítico O sistema de ensino no Canadá é descentralizado e sua responsabilidade compete a cada província. As escolas têm autonomia e, em alguns casos, não há nem mesmo concursos públicos para a contratação de professores: o diretor da escola determina quantos docentes devem ser contratados e eles são submetidos a um comitê de especialistas. Uma vez contratado, o professor se torna funcionário público. Seguindo um modelo parecido com o finlandês, a partir dos 14 anos os alunos têm liberdade para escolher a própria grade curricular e começam a direcionar os estudos segundo sua área de interesse. Um traço característico a todas as regiões do país é a preocupação com a igualdade. O Canadá tem uma população de imigrantes considerável e as regiões têm como foco a busca pela igualdade do ensino. Os programas escolares são adaptados de acordo com as características dos habitantes de cada região. As escolas canadenses buscam desenvolver o senso crítico dos estudantes. Disciplinas ligadas às humanidades têm um peso importante e é comum encontrar escolas cuja grade curricular possui matérias que se tratam temas como organização e autocontrole, ou que abordam assuntos específicos, como mudanças climáticas. Outros exemplos

Na Austrália, as políticas públicas educacionais não englobam apenas o Ministério da Educação: especialistas de outras áreas, como indústria, comércio e tecnologia compõem um comitê para estabelecer as diretrizes a serem seguidas. Disciplinas que exigem trabalho manual - gastronomia, marcenaria, costura - fazem parte do currículo de várias escolas, que também apostam com força na tecnologia e na educação digital O Japão é conhecido no mundo pela disciplina e pelo respeito às regras e isso é estimulado desde cedo. Os alunos desenvolvem tarefas que promovem responsabilidade, respeito pelos mais velhos e cooperação em grupo. A sala de aula é limpa pelos próprios alunos e professores. Discussões sobre política e funcionamento das instituições são comuns e algumas escolas oferecem cursos alternativos, como economia doméstica, música e caligrafia Na China mesmo os melhores alunos frequentam cursos de reforço e tutoria. Há casos em que pais e avós seguem a mesma aula que os filhos e tomam anotações para ajudá-los em casa com as dúvidas. O país aposta cada vez mais na tecnologia aliada à educação para potencializar o ensino.

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